A cada 10 litros de água que deveriam ser entregues às casas brasileiras, quatro são desperdiçados. O principal motivo são vazamentos nas redes de distribuição.
E a solução para esse problema gigantesco, preocupante e que se arrasta há anos pode passar pelo uso da Inteligência Artificial.
Em Brasília já existe um projeto que usa essa tecnologia para detectar o local exato dos vazamentos e informar uma equipe de manutenção.
Como funciona?
Os agentes fixaram sensores inteligentes na parte externa das tubulações, sem a necessidade de perfurar os canos e sem contato com a água.
Estes aparelhos utilizam Internet das Coisas (IoT) e conectividade M2M (Machine to Machine) para transformar ruídos e vibrações captadas em informações que são processadas em nuvem por uma IA.
Esses dados então são traduzidos e as recomendações aparecem em um painel de controle que é usado pelos técnicos.
Saneamento básico em foco
O projeto passou por um teste em janeiro de 2023, quando os equipamentos foram instalados em locais não divulgados no Distrito Federal. Agora os cientistas estão aperfeiçoando o sistema.
A tecnologia é resultado de uma parceria público privada entre a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) e a Embratel. E esse caso segue uma tendência de mercado.
Segundo o Barômetro da Infraestrutura, pesquisa da EY e da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (ABDIB), o saneamento básico é a área mais atrativa para os investimentos público e privado no setor de infraestrutura.
Na pesquisa, 61,5% de autoridades públicas e empresários entrevistados disseram ser favoráveis ao saneamento básico.
Um dos fatores-chave é o Marco do Saneamento que definiu mais claramente quais são as normas do setor no Brasil. “Sem dúvida, o Marco foi um impulsionador importante para aumentar as intenções de aporte no setor, criando uma confiança e entusiasmo”, explica Gustavo Gusmão, sócio da EY, uma das empresas responsáveis pelo relatório.
Energia elétrica
Em segundo lugar na pesquisa de intenção de investimentos está a energia elétrica, com 46,9% das respostas favoráveis à aplicação de dinheiro no setor. Esta área chama a atenção por movimentos recentes como a abertura do mercado livre de energia.
Rodovias
Em terceiro lugar, se encontram as rodovias, com 32,4% do interesse dos empresários. Nesta área, as intenções surgem a partir do PAC (Programa de Aceleração e Crescimento) do governo federal e de iniciativas estaduais de concessões rodoviárias observadas em 2023.